A Companhia de Saneamento de
Goiás (Saneago) decidiu cancelar, após reunião com o Ministério Público do
Estado de Goiás (MP-GO), na tarde desta segunda-feira (5), o concurso realizado
no último dia 30 de junho, em Goiânia. O
certame estava paralisado desde o início de julho, depois que os candidatos
denunciaram erros no cartão de respostas e durante a aplicação das provas.
Apesar do anúncio da anulação,
ainda não foi definida uma data para realização de um novo concurso e como será
feita a devolução das taxas pagas pelos mais de 97 mil inscritos para os cargos
de nível fundamental, médio e superior.
O MP-GO abriu investigação sobre
o concurso e havia dado prazo de dois meses para a Saneago reformular a nova
aplicação. No entanto, durante a reunião na tarde desta segunda-feira, a
promotora Leila Maria de Oliveira recomendou ao presidente da Saneago, José
Gomes da Rocha, a anulação das provas, pois as irregularidades apuradas pelo
órgão abalaram a confiabilidade de todo o processo.
Segundo o MP-GO, o primeiro erro
identificado foi a data de publicação da sexta retificação do edital, feita às
22h30 do dia 29 de junho, dia anterior à aplicação da prova. Nela foi
informando que as últimas 20 questões das provas seriam anuladas. De acordo com
a promotora, essa proximidade “impossibilitou os candidatos de terem
conhecimento das alterações”.
Além disso, segundo o MP-GO,
muitos candidatos denunciaram que algumas pessoas saíram das salas com o caderno
de questões, apenas 20 minutos após o início das provas, que houve a falta de
remoção dos canhotos das provas, que constavam o nome dos participantes, e que
muitos permaneceram com celulares em uso durante o exame. Outras
irregularidades seriam a livre circulação dos candidatos aos banheiros, sem que
passassem por detectores de metais, e a falta de coleta de digitais em algumas
salas.
O MP-GO também recomendou a
Saneago a escolha de uma nova empresa para a aplicação do concurso. No entanto,
o presidente do órgão não descartou que o processo seja novamente realizado
pelo Instituto Brasileiro de Educação e Gestão (Ibeg).
Irregularidades
A polêmica envolvendo o certame aconteceu
porque enquanto a prova apresentava 60 questões, previstas no edital, o cartão
de respostas continha apenas 40 espaços para marcação. A organização do
processo seletivo percebeu o erro na véspera do concurso e decidiu anular as 20
últimas questões.
Pegos de surpresa, os candidatos
protestaram na porta dos locais de prova e fizeram um abaixo-assinado pedindo o
cancelamento.
Primeiramente a Saneago informou
que estavam suspensas apenas as provas para o nível médio e para alguns cargos
do nível fundamental. No entanto, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO)
determinou no dia 4 de julho a paralisação integral do certame. A partir daí, a
companhia teve prazo de dois meses para definir o futuro do concurso.
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