A Universidade Federal de Goiás (UFG)
vai assinar na sexta-feira (21) o contrato que transfere a gestão do Hospital
das Clínicas para a Empresa Brasileira de
Serviços Hospitalares (Ebserh), empresa pública de direito privado vinculada ao
Ministério da Educação (MEC). Uma das primeiras medidas previstas após a
oficialização do documento é a realização de um concurso imediato para mais de
500 trabalhadores da área hospitalar que devem ser contratados em regime CLT.
A Ebserh foi criada pela lei
federal nº 12.550, de dezembro de 2011, e tem como objetivo administrar os
recursos humanos e materiais dos Hospitais Universitários (HUs) brasileiros. A
criação do órgão integra o Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais
Universitários Federais (Rehuf), que visa recuperar os hospitais vinculados às
universidades federais. Os principais HUs sob a
responsabilidade do órgão atualmente são os da Universidade de Brasília
(UnB) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Com a adesão, a administração
continuaria com a universidade, ou seja, o hospital continuaria sendo da UFG,
com uma empresa pública contratada para auxiliar na sua gestão. De acordo com
José Garcia, o conselho executivo do HC seria formado pelo diretor, pelo reitor
e por um membro da Ebserh, representando o Ministério da Educação. Segundo ele,
a Ebserh deve modificar as cinco diretorias hoje existentes e criar três
grandes gerências subordinadas à diretoria-geral: Assistência
Médico-Hospitalar, Administração Financeira e Ensino e Pesquisa. Para o atual
diretor do HC, a criação de uma gerência específica para ensino e pesquisa, que
hoje não existe, vai valorizar ainda mais os estudantes.
CONCURSO
O edital do certame especificará as
funções e os locais de trabalho. Segundo o diretor do Hospital das Clínicas, José
Garcia, a contratação CLT é mais rápida e permite a adaptação necessária a um
hospital que não pode esperar meses pela contratação de funcionários. Garcia
afirma que hoje a situação do hospital é delicada e não há condições
financeiras de continuar sem a Ebserh. Segundo ele, hoje, 60 dos 300 leitos do
HC estão fechados e o hospital tem uma dívida elevada com fornecedores. “O HC
tem 52 anos. Nesse tempo foram feitas várias tentativas de ajustes no sistema
que não funcionaram. A manutenção de como está é o pior dos mundos,” afirma.
Ele explica que atualmente cerca
de 70% da verba repassada pelo SUS ao HC é gasta na folha de pagamento. Com a
Ebserh 100% desses recursos seriam gastos em manutenção e investimentos no
hospital. O diretor do HC acredita que a Ebserh vai possibilitar a abertura de
novos leitos e a revisão do número de funcionários. “Poderemos reabrir leitos e
expandir o número deles para pelo menos 350 até o final de 2015”, prevê. Por
isso, ele também afirma que a Ebserh vai possibilitar a melhora no atendimento.
“A verba que vem do SUS poderá ser toda utilizada para o aumento no número de
leitos, no quadro de funcionários, realização de cirurgias, exames, internações
e consultas”, conclui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário